terça-feira, 21 de outubro de 2014

Economista Jean Tirole, ganha o Nobel de Economia de 2014

Escrito por Matheus Fagundes Siqueira


O Nobel da Economia é a principal premiação internacional para os pesquisadores da área, é o único prêmio que não foi instituído por Alfred Nobel, mas sim pelo Banco Central da Suécia em 1968.

O economista francês Jean Tirole, escolhido para o Prêmio Nobel de Economia de 2014, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia, nesta segunda-feira (13/10/2014), ele é laureado por pesquisar como mercados com poucas multinacionais dominantes podem ser entendidos e regulados, é um reconhecimento às importantes contribuições teóricas do economista francês em várias áreas, mas “acima de tudo ao seu esforço para a compreensão e a regulação de setores dominados por poucas empresas muito poderosas ou por um monopólio” . É a primeira vez, desde 1999,quando foi laureado o canadense Robert Mundell, que o Nobel da Economia não vai para um americano.

Pelo segundo ano consecutivo, a academia sueca premiou economistas críticos ao pressuposto dos mercados eficientes defendido por pesquisadores da Universidade de Chicago, tradicionalmente acolhidos nas premiações da instituição.

O francês afirmou à agência France Presse que o Nobel de Economia era uma "grande surpresa" e que estava muito alegre. "Você não é um juiz muito bom dos próprios trabalhos, então não é algo que eu esperava", disse Tirole.

O economista é diretor científico de economia industrial da Universidade de Toulouse e obteve seu PhD no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), localizado em Massachusetts, nos Estados Unidos (MIT).

“Jean Tirole é um dos economistas mais influentes do nosso tempo. Ele fez contribuições teóricas importantes a várias áreas, mas, principalmente, ele esclareceu como entender e regular setores com algumas poucas empresas. Tirole recebe o prêmio deste ano por sua análise do poder e regulação de mercado”, diz a Real Academia Sueca de Ciências. Ele contribuiu especialmente para a compreensão de como os setores econômicos com poucas empresas multinacionais dominantes podem ser compreendidos e regulados.

Tirole, 61 anos, é pesquisador na Universidade de Toulouse (sul da França) desde os anos 1990, após uma passagem pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) dos Estados Unidos.


Estudos:
"Muitas indústrias estão controladas por um pequeno número de grandes empresas ou por um monopólio. Tais mercados podem gerar resultados indesejáveis, como preços mais elevados dos que justificam os custos ou empresas empresas improdutivas que sobrevivem para impedir a chegada de empresas novas e mais produtivas empresas", explicou o júri, para ilustrar a importância das regulações nas economias nacionais, objeto dos estudos de Tirole.
"A melhor regulação ou política em termos de concorrência deve ser cuidadosamente adaptada às condições específicas de cada setor. Em uma série de artigos e livros, Jean Tirole tem apresentado um marco geral para conceber tais políticas e a aplica a uma série de setores, que vão das telecomunicações ao bancário", resume a Real Academia de Ciências.
"Inspirados por estas novas perspectivas, os governos podem estimular de uma maneira melhor as grandes empresas a ser mais produtivas e, ao mesmo tempo, impedir que prejudiquem os concorrentes ou os consumidores", completa a nota da Academia.

Livres de regulação, os setores monopolizados produzem resultados com frequência “socialmente indesejáveis”, entre eles preços exageradamente elevados em relação aos custos ou empresas improdutivas que só sobrevivem por meio do bloqueio do ingresso de concorrentes novos e mais produtivos. A análise do economista sobre as empresas com grande poder de mercado propõe caminhos para o governo lidar com fusões e cartéis e regular os monopólios. Sugere a adaptação meticulosa da regulação às condições específicas de atuação de cada setor, do financeiro ao de telecomunicações.
O domínio do mercado por monopólios ou oligopólios é uma característica central da economia contemporânea. A autorregulação pretendida pelo neoliberalismo é irrealizável, na definição do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz, e a única alternativa é a regulação promovida pelo Estado.


Premiação anos anteriores:

Em 2013
No ano passado, foram premiados os economistas norte-americanos Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago, e Robert J. Shiller, da Universidade de Yale, por seu trabalho pioneiro em identificar as têndencias nos mercados financeiros.

Veja a lista dos últimos ganhadores:

2013: Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago, e Robert J. Shiller (EUA)

2012: Alvin E. Roth (EUA) e Lloyd S. Shapley (EUA)

2011: Thomas Sargent (EUA) e Christopher Sims (EUA)

2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (EUA), Christopher Pissarides (Chipre-GB)

2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (EUA)

2008: Paul Krugman (EUA)

2007: Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson (EUA)

2006: Edmund S. Phelps (EUA)

2005: Thomas C. Schelling (EUA) e Robert J. Aumann (EUA-Israel)

2004: Finn Kydland (Noruega) e Edward Prescott (EUA)

2003: Robert F. Engle (EUA) e Clive W.J. Granger (GB)

2002: Daniel Kahneman (Israel-EUA) e Vernon L. Smith (EUA).

Fontes:
http://www.dw.de/jean-tirole-%C3%A9-pr%C3%AAmio-nobel-de-economia-2014/a-17993513
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/economic-sciences/laureates/2014/tirole-facts.html
http://www.cartacapital.com.br/revista/822/antimonopolio-4807.html
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2014/10/13/internas_economia,452139/frances-jean-tirole-vence-o-nobel-de-economia-por-estudo-sobre-o-mercado.shtml
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/10/pesquisa-do-nobel-de-economia-trata-da-regulacao-dos-mercados.html

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