terça-feira, 21 de outubro de 2014

PIB da China cresce 7,3% no 3º trimestre, a menor alta em 5 anos

 Por Matheus Fagundes Siqueira
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China desacelerou no terceiro trimestre, ficando em 7,3%, o mais baixo em cinco anos, apesar de os economistas ressaltarem uma estabilização da segunda potência econômica mundial.Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), o PIB chinês registrou uma expansão de 7,3% entre julho e setembro, o nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009. No segundo trimestre, o crescimento foi de 7,5%.O dado do terceiro trimestre é superior à média de 7,2%, prevista por um painel de 17 analistas entrevistados pela AFP.Nos primeiros nove meses, a economia chinesa cresceu 7,4%, segundo ONS, abaixo da meta do governo de 7,5% para o ano.A economia chinesa acusa uma redução da bolha imobiliária, os efeitos de uma vasta campanha anticorrupção e a fragilidade da demanda da Europa.¹
“O crescimento está dentro do intervalo apropriado e os níveis de emprego estão estáveis. Apesar da queda no ritmo de crescimento, a economia funciona bem e caminha para a direção e o objetivo esperados”, afirmou hoje o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas chinês, Shen Laiyun. Entretanto, ele também advertiu para as “numerosas pressões de baixa” que afetam a segunda economia mundial e citou em várias ocasiões o conceito de “nova normalidade”, ideia que o presidente Xi Jinping mencionou pela primeira vez para se referir à nova fase de crescimento da economia chinesa, significativamente menor do que as taxas anuais de 10% obtidas nas últimas décadas. Nessa nova fase, dizem os analistas, já não se consideram planos de estímulo. De fato, Pequim quer abandonar o modelo econômico baseado no crescimento a todo custo para alcançar outro mais sustentável em que o consumo interno e o setor privado desempenhem um papel mais importante em detrimento do investimento estatal.²

Após um crescimento de 7,7% em 2012 e 2013 - um nível que não se via desde 1999 - os analistas entrevistados pela AFP preveem um crescimento este ano de 7,3%, o que será o pior resultado do país em um quarto de século.
Outros dados divulgados juntos com o relatório do Produto Interno Bruto (PIB) nesta terça-feira mostraram que a produção industrial subiu 8% em setembro sobre um ano antes, contra expectativa de alta de 7,5% e ante mínima de seis anos em agosto de 6,9%. "O dado é um sinal animador, que permite prever uma retomada econômica no último trimestre do ano", segundo os economistas do banco japonês Nomura.
As vendas no varejo avançaram 11,6% em setembro sobre o ano anterior, ante previsão de analistas de avanço de 11,8% e de 11,9% no mês anterior.
Em compensação, o consumo das famílias desacelerou no mês passado, crescendo 11,6%, depois do +11,9% registrado em agosto.
Quanto aos investimentos em capital fixo - que refletem os gastos na infraestrutura - cresceram 16,1% nos primeiros nove meses de 2014, um dado inferior às expectativas do mercado. O índice Xangai Composto, da Bolsa de Xangai, caiu 0,72%, a 2.339,66 pontos, o Kospi, da Bolsa de Seul, teve baixa de 0,77%, a 1.915,28 pontos, e o Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio, recuou 2,03%, a 14.804,28 pontos.
O preço das ações japonesas caiu com os investidores buscando realizar lucros depois da alta de 3,98% do pregão de ontem, motivada por rumores de que o fundo de pensão do governo vai aumentar a compra de ações. A única exceção foi o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, que ficou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,08%, a 23.088,58 pontos.

Contudo, a retração do setor imobiliário, que se agravou nos últimos meses e que representa aproximadamente 30% do PIB, voltou a afetar negativamente o crescimento.

“A desaceleração do setor imobiliário, a moderação dos investimentos e um ligeiro descenso da produção industrial provocaram essa desaceleração”, explica Yolanda Fernández, economista-chefe do Banco Asiático de Desenvolvimento.

“A economia chinesa teve o crescimento mais fraco desde 2009”, afirma em nota Amy Yuan Zhuang, analista da Nordea, que previa alta de 7,4% no terceiro trimestre. “O crescimento desacelerou em relação aos 7,5% vistos no segundo trimestre, o que coloca em xeque a capacidade da China de atingir a meta de crescimento de 7,5%”.Apesar disso, Amy Zhuang vê poucas chances de que os dados motivem um corte de juros pelo Banco do Povo da China (Pboc, o Banco Central do país) ou uma redução da taxa de compulsório dos bancos, como forma de incentivar a economia.

“O crescimento fraco provavelmente vai desencadear medidas de estímulo de pequena escala”, diz a analista. “A meta crucial de Pequim, que é criar 10 milhões de empregos este ano, já foi atingida. Além disso, o primeiro-ministro Li Keqiang tem reiterado que um crescimento pouco abaixo da meta seria aceitável”.³
Em março, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang fixou uma meta de crescimento de 7,5% para 2014. A menos de três meses do fim do ano, a taxa acumulada está em 7,4%. Li afirma que a prioridade são as reformas estruturais para conseguir um modelo sustentável a longo prazo e não parece disposto a um crescimento à base de investimento público. Não alcançar essa meta de crescimento seria algo histórico, não apenas porque nunca aconteceu, mas porque exemplificaria a mudança de paradigma de Pequim, que sempre primou pela qualidade em detrimento da quantidade.

Ma Xiaoping, uma economista do banco HSBC em Pequim, afirmou à AFP que a economia chinesa está se estabilizando, e que "atualmente não há um risco de uma queda acelerada do crescimento".

PIB: Valor de todos os bens e serviços produzidos em determinada área geográfica e eu um certo período de tempo. Calcula-se o PIB somando Consumo, Investimento, gastos do Governo mais o valor da Balança comercial. É a principal medida para avaliar o tamanho de uma economia e compará-la com outras.  Podemos comparar o crescimento da economia da China com  o Brasil, por exemplo, nos últimos anos o crescimento do PIB chinês em média foi de mais de 10,00% já o Brasil no máximo conseguiu 7,5% em 2010.

Fontes:
¹ http://exame.abril.com.br/economia/noticias/crescimento-da-economia-chinesa-e-o-mais-baixo-em-cinco-anos
² http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/21/economia/1413878192_937963.html
 http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/10/crescimento-do-pib-da-china-fica-em-73-no-3-trimestre.html
³ http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=160788&Categoria=FINANCEIRO

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