quarta-feira, 17 de setembro de 2014

David Ricardo


David Ricardo nasceu em Londres em 18 de abril de 1772. Terceiro filho de um judeu holandês que fez fortuna na bolsa de valores, entrou aos 14 anos para o negócio do pai, para o qual demonstrou grande aptidão. Aos 21 anos rompeu com a família, converteu-se ao protestantismo unitarista e se casou com uma quacre. Prosseguiu suas atividades na bolsa, aos 26 anos já havia acumulado uma grande fortuna. Retirou-se para uma fazenda no interior em 1814, comprou uma cadeira no parlamento de uma província irlandesa em 1819, e dedicou os anos restantes de sua vida para questões de interesse público para o estudo da economia. Defendia reformas no sistema bancário e monetário, no sistema de assistência aos pobres e nas tarifas alfandegárias, apoiava a liberdade de imprensa e de expressão, assim como outras causas reformistas.

Pensamento e Contribuição

David Ricardo é reconhecido como o sucessor de Adam Smith. Foi o economista mais influente de sua época, e a influência de seu trabalho se manteria por décadas, até  1870. 
Sua principal contribuição foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido a renda das terras. Tentou deduzir um teoria do valor a partir da aplicação do trabalho.
Outra contribuição foi a Lei do Custo Comparativo, que demonstrava os benefícios advindos de uma especialização internacional na composição dos commodities do comércio internacional. Este foi o principal argumento do Livre Comércio, aplicado pela Inglaterra, durante o século XIX, exportando manufaturas e importando matérias primas.

Principais Obras

-O alto preço do ouro, uma prova da depreciação das notas bancárias (The high price of bullion, a proof of the depreciation of bank notes) (1810) ;
-Ensaio sobre a influência de um baixo preço do cereal sobre os lucros do capital (Essay on the influence of a low price of corn on the profits of stock) (1815) ;
-Princípios da economia política e tributação (Principles of political economy and taxation) (1817) - Magnum opus de David Ricardo;

A Teoria do Crescimento

Para Ricardo o crescimento depende da acumulação de capital, logo, depende da sua taxa de crescimento, isto é, do Lucro.

Para Ricardo a existência de uma taxa de lucro elevada, implica um maior crescimento econômico. Esse maior crescimento econômico levará a existência de uma poupança mais abundante, que permitirá a sua canalização para o investimento.

Desenvolvimento econômico é assegurado pelo aumento do emprego e também pela melhoria das técnicas de produção.

Já o comércio tem pouca importância no crescimento econômico, sem contúdo deixar de ser necessário. A sua importância vem da teoria das vantagens comparativas, pois permite que com a maior exportação, possamos importar mais e mais barato. Por isso o comércio é muito importante, sem contudo representar um papel muito relevante para o crescimento econômico.

Portanto, Ricardo defende que enquanto existir evolução da taxa de lucro, o crescimento estará assegurado. Contudo o lucro depende de outras variáveis, mais concretamente dos salários e das rendas, e com Ricardo começará a se desenhar uma das contradições do sistema capitalista, que Marx irá explorar, mais concretamente, a tendência para a baixa da taxa de lucro.

O raciocínio de Ricardo é muito simples. De fato, o mundo apresenta uma tendência para a expansão. Essa expansão tem consequência ao nível do crescimento da população. O crescimento da população fará com que novas terras (as menos férteis) tenham que ser cultivadas.

Como mais terras são cultivadas, irá se verificar uma diferenciação no pagamento das rendas para as terras mais ou menos férteis.

Como as rendas aumentam, pela subida do preço das rendas das terras mais férteis, obviamente que o lucro diminuirá.

Ricardo explica esta tendência para a baixa da taxa de lucro de uma outra forma.

A acumulação de capital leva a um crescimento da população (por exemplo com a existência de uma melhoria das condições de vida, haverá uma maior tendência para a procriação). Isso levará a um aumento da procura de trabalho, que levará a um aumento do nível de salário (consequentemente das condições de vida), existindo a necessidade de se aumentar a produção. Esse aumento da produção é obtido com a utilização de terras menos férteis, o que, como vimos anteriormente, levará à elevação das rendas. O lucro irá obviamente cair, e se o preço dos produtos agrícolas aumenta, isso irá se repercutir no salário que também ira aumentar, logo, mais um fator que corrobora a ideia da tendência para a queda da taxa de lucro.

Por causa dessa lei, o crescimento fica ameaçado. Quanto maior for a taxa de lucro, menor será o desejo de investimento.

Mais cedo ou mais tarde, o rendimento nacional parará de crescer, atingindo-se uma fase estacionária.

Ricardo encontrou duas formas de retardar isto:

1. Pela importação de produtos agrícolas: 
Com a importação de produtos agrícolas, consegue-se impedir que o preço suba e, consequentemente, os salários e as rendas aumentem.

2. Aumento da produtividade agrícola:
Via mecanização e avanço tecnológico, o qual poderá ter um efeito perverso, o problema do desemprego. Contudo, Ricardo considerava que o seu desenvolvimento irá ser lento.


Esse foi o nosso pequeno texto sobre David Ricardo, esperamos ter esclarecido e apresentado bem suas ideias e sua importância para os estudos da economia.

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